Por esta altura fazem-se resoluções de ano novo e, porque não um filho? Pois é, hoje vamos falar de um tema tão actual como preocupante, a Infertilidade. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 10 a 15% da população em idade reprodutiva é afectada por esta doença.
Ora, a fecundação é definida como a fusão entre o óvulo e o espermatozóide, a qual originará um embrião, e por isso é necessário que os espermatozóides entrem no útero e encontrem o óvulo. A infertilidade é então, o resultado de uma falência orgânica devida à disfunção dos órgãos reprodutores. Apesar do papel preponderante da mulher na concepção, este não depende apenas dela. É um problema do casal, em que se poderá detectar uma alteração na mulher, no homem (30% dos casos) ou até mesmo em nenhum (a infertilidade inexplicada ocorre em 10% dos casos).
Mas nem tudo são más notícias! Quando se fala em infertilidade, todos os casais dependem da sorte e por isso, o segredo é insistir. Isto é, 85% dos casais acabam por conseguir engravidar ao final de um ano e até metade dos que não conseguiram até lá, terão um teste positivo se continuarem a tentar por mais um ano. Assim, os médicos preocupam-se sobretudo com aqueles casais que não conseguem conceber ao final de dois anos (10% dos casos). E são aqui que entram as técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA):
- Fertilização in vitro - São colocados espermatozóides, em laboratório, em contacto com óvulos retirados da mulher, os quais após fecundação são inseridos no útero.
- Microinjecção intracitoplasmática - No caso de se detectarem problemas nos espermatozóides, é possível modificar a técnica de fertilização in vitro, de forma a realizar artificialmente a fecundação. Assim, é injectado uma porção de espermatozóide directamente no interior do óvulo, evitando assim as dificuldades do processo natural de fecundação.
- Inseminação intrauterina - Nos casos de os espermatozóides não conseguirem atingir as trompas de Falópio ou de haver uma doença que reduza a sua produção, estes são injectados directamente no útero.
Mesmo tratando-se de técnicas artificiais, também aqui a sorte é um factor crucial. Quanto mais vezes forem repetidas, maior será a probabilidade de engravidar. No entanto o custo de cada ciclo de tratamento, mesmo com a comparticipação do Estado, varia entre os 500 e os 4000 euros, e isso poderá ser uma limitação. Deste modo, é importante que o casal adopte hábitos de vida saudáveis. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico e não fumar nem beber maximiza a qualidade e quantidade dos espermatozóides. Por outro lado, a fertilidade de uma mulher é máxima quando mais nova for, se não fumar nem for obesa.
Igualmente importante é procurar ajuda, quer junto do médico especialista em Infertilidade, bem como da Associação Portuguesa de Fertilidade. Aqui poderá encontrar toda a informação que necessita, esclarecer todas as suas dúvidas e sobretudo, encontrar outras pessoas com o mesmo problema que lhe darão ânimo para continuar. Nunca desistir é o lema. Boa sorte!
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