Quando o sono incomoda

A roncopatia, vulgarmente conhecida por ressonar, afecta quase metade dos adultos,  pelo menos ocasionalmente. Manifesta-se por um som rouco e áspero que surge com o vibrar dos tecidos à passagem do ar pela garganta. Ocorre quando há um relaxamento do palato (céu da boca) e da faringe, ou dos músculos responsáveis por manter o diâmetro das vias respiratórias superiores, principalmente quando este é estreito ou quando há obstrução que aumenta a resistência à passagem do ar, responsável por um ruído mais ou menos intenso.

Nestes casos, o que fazer para minimizar o ressonar?

- Promover uma boa higiene do sono - Dormir num local securizante, confortável (com almofada, colchão e roupa da cama o mais adequada possível), calmo (sem ruído) e repousante (com luminosidade adequada), arejado e humidificado, com uma temperatura confortável.

                                                            - Praticar regularmente actividade física (nunca ao final do dia porque pode provocar insónias), seguir o relógio biológico individual cumprindo horários para se levantar e deitar, não ler, comer ou ver televisão na cama.

- Controlar o peso - O excesso de peso pode promover a roncopatia. Perder peso contribui, em muito, para diminuir a frequência com que se ressona.

- Dormir de lado - Ao dormir de costas, a língua pode descair para a garganta, reduzindo ou mesmo obstruindo a passagem do ar.

- Aconselhar produtos de saúde - Existem produtos de saúde disponíveis no mercado da farmácia que contribuem para um alargamento (tiras nasais) ou lubrificação (sprays lubrificantes) das vias aéreas superiores, melhorando a passagem de ar e ajudando a que a respiração se processe com menos dificuldade.

- Tratar a congestão nasal - A congestão nasal dificulta a passagem do ar através do nariz, promovendo a respiração pela boca, o que agrava o ressonar. Em casos menos graves, as soluções salinas para higiene nasal (água do mar) constituem uma boa solução para manter as vias respiratórias desimpedidas. Em casos mais graves, podem ser utilizados descongestionantes nasais, tendo em atenção o facto de não deverem ser usados mais de 3 dias seguidos.

- Limitar o consumo de bebidas alcoólicas e evitar o consumo de sedativos - Contribuem para o relaxamento dos músculos e tecidos das vias respiratórias superiores e comprometem a capacidade de retomar espontaneamente a função respiratória. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas pelo menos 4 horas antes de dormir.

- Deixar de fumar - Fumar promove a irritação das vias aéreas superiores, agravando os sintomas associados. 

Aprenda a lidar com o seu bebé

Com a chegada de um bebé, seja o primeiro ou não, surgem sempre dúvidas. Aprender a cuidar de um recém-nascido é um processo a longo prazo. Todos cometemos erros. Por isso, hoje deixo-vos resposta a algumas questões frequentes:

- Porque devo dar de mamar ao meu bebé?

Porque o leite materno é o melhor alimento para o seu bebé, repleto de todos os nutrientes necessários e perfeitamente adaptado às necessidades do seu pequeno corpo e ao seu crescimento. O leite materno aumenta as defesas contra infecções, reduz a probabilidade de alergias e melhora o seu desenvolvimento. Tem igualmente vantagens para a mãe: reduz o risco de cancro da mama e do ovário e permite uma recuperação mais rápida do peso anterior à gravidez.

A amamentação deve ser iniciada na primeira meia hora após o parto e pode ser meio exclusivo de alimentação até aos seis meses, salvo raras excepções.

- Como devo deitar o meu bebé?

O bebé deverá ser sempre colocado a dormir de costas, com os pés junto aos pés do berço. A roupa da cama não deve cobrir a cabeça do bebé. Não colocar almofadas, fraldas, brinquedos ou outros objectos dentro da cama.

- O que é a Síndrome de Morte Súbita do Lactente?

É uma situação rara de morte, sem causa aparente ou diagnosticada. que pode ocorrer durante os primeiros meses de vida. O maior dos medos de qualquer pai. No entanto, não deve entrar em paranóia. Siga as seguintes regras que permitem prevenir a síndrome:

    - Dormir de costas;

    - Usar colchão duro;

    - Não usar almofadas;

    - Evitar que o bebé se enrole nos lençóis;

    - Não aquecer demais o bebé;

    - Não usar gorro em casa;

    - Dormir em berço no quarto dos pais até aos seis meses;

    - Não expor ao fumo do tabaco.

- Quando devo fazer o teste do pezinho?

Este teste permite o diagnóstico precoce de várias doenças graves cujo tratamento adequado impede o aparecimento do atraso mental. Deverá ser efectuado entre o 3º e o 6º dia de vida no Centro de Saúde da sua área de residência. 

Quando devo ficar preocupada?

Entre outros, o primeiro sinal de doença poderá ser:

    - Recusa ou desinteresse a mamar;

    - Respiração difícil;

    - Agitação ou sonolência excessiva;

    - Icterícia (cor amarelada da pele) que se estende até às coxas;

    - Perda de peso superior a 10% do peso ao nascer ao fim da primeira semana;

    - Vómitos;

    - Febre.

Perante estes sintomas deverá levar o seu filho ao médico.

Mito # 5: Estalar os dedos provoca artrite?

Quem nunca estalou os dedos? De facto, existe o mito de quem tem esse hábito está sujeito a ficar com artrite. Contudo, estudos da função da mão em adultos e estudos de idosos com e sem artrite demonstraram que os indivíduos vítimas de artroses não eram especialmente os que tinham o hábito de estalar os dedos. Portanto, isso é um mito. No entanto, há outras boas razões para deixar esse vício: os estaladores de dedos têm mais probabilidades de ficar com as mãos inchadas, de verem a sua força manual diminuir e de provocar lesões nos dedos. 

Quando as cores se misturam

O daltonismo é a incapacidade de distinguir e identificar algumas cores. A partir das três cores primárias - verde, vermelho e azul - multiplicam-se as restantes cores, sendo que para estas pessoas, a visão colorida é alterada. Muitas vezes, só se consegue distinguir duas das três cores básicas e por isso, é muito frequente não diferenciar o verde do vermelho. 

Porque isto acontece? 

Tudo acontece porque na retina, a membrana que cobre a face interna do olho, se encontram as células fotoreceptoras - os chamados cones - que permitem a percepção da cor. Esses cones são precisamente três, cada um sensível a um pigmento - vermelho, verde e azul. Ora, num daltónico, um ou mais dos diferentes cones não funciona correctamente ou nem sequer existe, o que impede o cérebro de receber a informação que lhe permite descodificar a cor associada. 

Quais as causas? 

A maioria destes casos estão associados à hereditariedade, embora possam, ocasionalmente, resultar de doenças oculares.

Quando fazer o despiste?

O daltonismo pode ser despistado em idade pré-escolar, aquando a primeira visita ao oftalmologista, embora só pelos 10 anos é que seja possível realizar testes que permitem avaliar com precisão o défice cromático da criança. Antes de consulta o especialista, existem alguns sinais de alerta: errar na identificação das cores, seja a desenhar ou a escolher as peças de um jogo. Na escola, as dificuldades tendem a ser mais frequentes e a agravarem-se.

Um daltónico desenvolve um sistema de referência próprio, substituindo as tonalidades ausentes por diferentes tons de cinzento, aprendendo a conviver com esta diferença cromática que não lhe afecta em nada a saúde, ainda que influencie o quotidiano. Neste momento, não existe nenhum tipo de tratamento para este distúrbio. Há porém uma empresa americana que fabrica lentes, as quais permitem a distinção das cores pelos daltónicos. Contudo, alguns estudiosos ainda encaram a iniciativa com reservas, por não haver estudos científicos suficientes.

Estou a ficar careca?

Quer saber se está a perder mais cabelo que o normal? Faça o teste:

Agarre numa madeixa de cabelos (procure agarrar cerca de 60 cabelos ou uma quantidade que passe através de uma palhinha). Começando pela base, puxem suavemente os cabelos para cima e para fora. Se mais de um décimo dos cabelos que agarrou se soltar ao puxar é sinal de que pode estar a sofrer uma perda de cabelo acelerada.

Para os homens com cabelo curto, podem pentear o cabelo durante 60 segundos sobre uma toalha e depois contar os cabelos que lá ficaram. Se contar mais de 10 cabelos, é sinal de perda exagerada.

A vida é para ser vivida em pleno

Uma experiência com os amigos para se conquistar o estatuto de adulto, ajudar a conter o stress ou simplesmente porque é "in" são algumas das motivações para se começar a fumar. Mas qualquer que seja a razão, fumar transforma-se rapidamente numa dependência que mata! As mensagens inscritas nos maços de tabaco são simples, claras e completamente verdadeiras. A correlação entre o consumo de tabaco (nomeadamente de nicotina e dos quatro mil compostos considerados carcinogénicos) e a probabilidade daí advirem doenças - cancro e patologias do foro respiratório e circulatório - é uma evidência científica: 90% dos casos de cancro do pulmão está associado ao tabagismo.

Obviamente que as vantagens de se deixar de fumar são mais que muitas. Senão vejamos:

- 20 minutos depois de largar o último cigarro, a pressão arterial volta ao normal;

- 8h depois, os níveis de oxigénio também volta ao normal;

- 24h depois, o organismo liberta-se do monóxido de carbono;

- 48h depois, o olfacto e o paladar melhoram;

- 72h depois, torna-se mais fácil respirar.

A verdade é que a maioria dos fumadores já tentaram deixar de fumar, pelo menos uma vez. A força de vontade nestes casos, é crucial. No entanto, o vício, o prazer e o síndrome de abstinência (a falta de nicotina traduz-se em insónias, irritabilidade e ansiedade) falam muitas vezes mais alto. Assim, é necessário recorrer a medicamentos que complementam essa determinação. Estão disponíveis em farmácias, sob a forma de sistemas transdérmicos, pastilhas ou gomas. Se mesmo assim não for suficiente, o importante é não desanimar, e recorrer a uma consulta de Cessação Tabágica. Pela sua saúde, deixe de fumar.

A bebida de todos os tempos

Quem não gosta de uma boa chávena de chá, aconchegada entre as mãos, numa tarde de Inverno? Há séculos que as folhas de chá seduziram o Ocidente, principalmente pelas suas diversas funções terapêuticas. Existem inúmeros tipos de chá, com propriedades facilitadoras da digestão, antioxidantes, relaxantes e até mesmo no domínio da cosmética, onde há muito que são usadas compressas tépidas para combater a fadiga dos olhos ou uma infusão para dar brilho a cabelos sem vida. Por outro lado, é uma boa alternativa ao consumo dos 1,5 litros de água diários recomendados. O chá actua sobre as gorduras, estimula os sucos gástricos e ajuda a eliminar as toxinas do organismo. 

A lista de virtudes é longe. Em particular, o chá verde, rico em flúor, é benéfico para a saúde oral. É igualmente utilizado para emagrecer, visto ser uma fonte de cafeína e polifenóis (estimulantes da termogénse - gasto de energia). No entanto, e porque nem tudo são benefícios, o chá verde poderá provocar hipertensão arterial por ser rico em cafeína, e anemia, devido às saponinas que destroem os glóbulos vermelhos. 

Mesmo sendo produtos naturais, tudo tem os efeitos secundários. O importante é saber dosear e ter peso, conta e medida.

Quando se trata de fertilidade, todos os casais dependem da sorte

Por esta altura fazem-se resoluções de ano novo e, porque não um filho? Pois é, hoje vamos falar de um tema tão actual como preocupante, a Infertilidade. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 10 a 15% da população em idade reprodutiva é afectada por esta doença. 

Ora, a fecundação é definida como a fusão entre o óvulo e o espermatozóide, a qual originará um embrião, e por isso é necessário que os espermatozóides entrem no útero e encontrem o óvulo. A infertilidade é então, o resultado de uma falência orgânica devida à disfunção dos órgãos reprodutores. Apesar do papel preponderante da mulher na concepção, este não depende apenas dela. É um problema do casal, em que se poderá detectar uma alteração na mulher, no homem (30% dos casos) ou até mesmo em nenhum (a infertilidade inexplicada ocorre em 10% dos casos). 

Mas nem tudo são más notícias! Quando se fala em infertilidade, todos os casais dependem da sorte e por isso, o segredo é insistir. Isto é, 85% dos casais acabam por conseguir engravidar ao final de um ano e até metade dos que não conseguiram até lá, terão um teste positivo se continuarem a tentar por mais um ano. Assim, os médicos preocupam-se sobretudo com aqueles casais que não conseguem conceber ao final de dois anos (10% dos casos). E são aqui que entram as técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA):

- Fertilização in vitro - São colocados espermatozóides, em laboratório, em contacto com óvulos retirados da mulher, os quais após fecundação são inseridos no útero.

- Microinjecção intracitoplasmática - No caso de se detectarem problemas nos espermatozóides, é possível modificar a técnica de fertilização in vitro, de forma a realizar artificialmente a fecundação. Assim, é injectado uma porção de espermatozóide directamente no interior do óvulo, evitando assim as dificuldades do processo natural de fecundação.

- Inseminação intrauterina - Nos casos de os espermatozóides não conseguirem atingir as trompas de Falópio ou de haver uma doença que reduza a sua produção, estes são injectados directamente no útero.

Mesmo tratando-se de técnicas artificiais, também aqui a sorte é um factor crucial. Quanto mais vezes forem repetidas, maior será a probabilidade de engravidar. No entanto o custo de cada ciclo de tratamento, mesmo com a comparticipação do Estado, varia entre os 500 e os 4000 euros, e isso poderá ser uma limitação. Deste modo, é importante que o casal adopte hábitos de vida saudáveis. Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico e não fumar nem beber maximiza a qualidade e quantidade dos espermatozóides. Por outro lado, a fertilidade de uma mulher é máxima quando mais nova for, se não fumar nem for obesa. 

Igualmente importante é procurar ajuda, quer junto do médico especialista em Infertilidade, bem como da Associação Portuguesa de Fertilidade. Aqui poderá encontrar toda a informação que necessita, esclarecer todas as suas dúvidas e sobretudo, encontrar outras pessoas com o mesmo problema que lhe darão ânimo para continuar. Nunca desistir é o lema. Boa sorte!