sábado, 4 de dezembro de 2010

A alegria das flexões

A maior parte de nós não dá a devida importância às articulações. Já imaginaram a nossa vida sem elas? Nada de nos virarmos, de nos torcermos, de nos dobrarmos, de correr, de saltar, nada de nada. Na verdade, só nos começamos a preocupar, quando se começam a deteriorar, seja devido à idade ou a alguma lesão. 

As articulações humanas estão sujeitas ao uso e abuso a partir do minuto em que começamos a usá-las, mas ao fim das primeiras décadas de vida os mecanismos de reparação do corpo não conseguem dar vazão aos danos. A dos joelhos são normalmente as mais sofridas, por todo o esforço que fazem ao longo da vida. O quadro seguinte ajuda-o a perceber melhor a fisiopatologia dos joelhos.
Embora o nosso primeiro pensamento seja o de mimar as nossas articulações o mais possível, a verdade é que devemos deixá-las fazer o seu trabalho. A chave é encontrar um meio-termo entre o exercício e a reabilitação. Há também coisas específicas que podemos fazer para proteger as articulações de lesões e acelerar a reparação quando o uso e o desgaste fizeram os seus danos:

- Verifique as solas - Uma das maiores e mais evitáveis causas da destruição das articulações é o desalinhamento. Poderá ter uma noção da sua biomecânica olhando para o padrão de desgaste das suas sapatilhas. Se o desgaste estiver na parte mais interior do pé, quer dizer que é pronador (vira o pé para dentro). Se estiver na parte exterior do pé, significa que é supinador (não o vira o suficiente). Vá a um fisioterapeuta especialista na área.

- Invista em calçado adequado - Os pés não têm amortecedores naturais e por isso qualquer choque que sintam quando andam, sobe imediatamente ao joelho. Escolha calçado confortável quando tiver de ficar longos períodos de tempo de pé. Hoje em dia existem peritos que lhe pode indicar o melhor calçado para cada situação.

- Faça exercício - Faça treino de resistência para fortalecer os músculos e os ossos, aumente a flexibilidade (com, por exemplo, o ioga) e reforce a cartilagem pedalando em altas rotações. Se andar provoca demasiadas dores, exercite-se numa piscina morna. São exercícios tão eficazes como os no solo, e mais divertidos.

- Perca peso - Peso a mais leva a cartilagem a quebrar mais rapidamente, mesmo nos dedos, que não suportam o fardo de transportar tantos quilos.

- Tome benefícios articulares - O óleo de peixe, rico em ómega-3 é óptimo para a gordura das articulações, lubrifica e diminui a inflamação. A glucosamina é sintetizada naturalmente no nosso corpo, sendo fundamental para a formação do colagénio e preservação da cartilagem. Uma vez que os níveis de glucosamina diminuem com a idade, com os danos e o stress, é bom tomar suplementos de sulfato de glucosamina durante pelo menos seis meses (visto que as articulações se regeneram lentamente). As vitaminas D3, E e C têm o potencial de proteger contra os danos causados ao tecido conjuntivo, especialmente quando apoiadas com cálcio e magnésio. 

- Siga o protocolo RICE (Rest, Ice, Compression, Elevation) - Deixe a área lesionada em repouso; Arrefeça com gelo, protegendo sempre a pele com uma toalha; Envolva a articulação numa ligadura elástica para ajudar a apoiar os tecidos enfraquecidos; Mantenha a parte lesionada elevada, para diminuir o fluxo sanguíneo e evitar o inchaço. No entanto, a cura plena necessita de algum movimento. Faça pequenos exercícios e vai ver que a dor que sentirá a curto prazo será pequena em comparação com o benefício a longo prazo, que pode ser enorme.

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