domingo, 21 de novembro de 2010

Passem a palavra

Um dos problemas mais temidos pelas mulheres é o cancro do colo do útero. Estima-se que 25 a 50% da população feminina mundial esteja infectada, e que 75% das mulheres contraiam a infecção durante algum período das suas vidas. De referir, que a infecção também pode ocorrer no homem, embora em muito menor escala que na mulher. A maioria das situações não apresenta sintomas clínicos, mas algumas desenvolverão alterações que podem evoluir para cancro.

O HPV é a abreviatura usada para designar o vírus do papiloma humano, responsável por verrugas genitais, plantares e planas, estando também associado ao cancro do colo do útero. Apesar da maioria dos subtipos do vírus estar associado a lesões benignas, certos tipos (entre os quais o 16, 18, 31 e 45) são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias. 

É facilmente transmissível, sendo os meios mais comuns o contacto sexual e qualquer tipo de contacto pele a pele. Foi comprovado que o HPV pode ser encontrado em resíduos de unhas e pode ser transmitido pelo aperto de mão. Incrível, não é? Contudo, a principal forma de transmissão continua a ser a via sexual, sendo a doença sexualmente transmissível mais frequente. É por esta e muitas outras doenças que é imperativo o uso do preservativo, a fim de evitar males maiores. Embora confira uma protecção limitada, visto que o contacto genital, pele a pele, mesmo sem penetração, pode ser o suficiente para a transmissão, é importante o seu uso. Pode ainda ser transmitido durante o parto, de mãe para filho. Em geral, é melhor evitar a gravidez até que o vírus seja eliminado ou pelo menos até que os sinais e sintomas do HPV tenham desaparecido.

O exame de rastreio para diagnóstico de alterações a nível do colo do útero é a citologia cervical ou Papanicolau, em que são retiradas algumas células para serem observadas ao microscópio. Este é um exame normalmente temido pelas mulheres. Ir ao ginecologista é sempre constrangedor e nunca é muito bem vindo. De qualquer maneira, é peremptório fazer consultas regulares para se poder detectar atempadamente qualquer alteração. 
A par do exame, hoje em dia a vacinação contra o HPV em idades recomendadas e o uso do preservativo, são as formas de prevenção da doença. Com 17 anos ou menos, a vacina é administrada no Centro de Saúde no âmbito do Plano Nacional de Saúde. Para idades superiores, terá de ser comprada na farmácia e a importância terá de ser suportada na totalidade pela jovem mulher. Não esquecer que a vacina está igualmente recomendada a homens.
Mas sejamos sinceros, esta não é uma doença muito falada, sendo ofuscada pela mãe de todas elas, o VIH. No entanto, há inúmeras doenças sexualmente transmissíveis que afectam a vida de milhões de portugueses. Como referi anteriormente uma importante forma de evitarmos o seu contágio é o uso do preservativo. Se uma adolescente engravidar é um grande problema, mas sofrer de cancro do colo do útero deveria ser muito maior. Portanto fique atenta, tanto a si como às suas filhas. 

A propósito deste tema, surgiu a campanha de prevenção Passa a Palavra. Tem sido um sucesso, divulgando e dando a conhecer esta doença que mata 1 mulher todos os dias em Portugal. Faça mais por si e pelos outros. Passe a palavra!

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